Diário de Mercado na 2ª feira, 12.12.2016
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Ibovespa sofreu realizações com exterior pesando e volume financeiro mais fraco, mas, Petrobras se salvou.
O Ibovespa terminou em 59.278 pts (-2,19%), acumulando -4,41% no mês, +36,52% no ano e +30,75% em 12 meses. O índice operou em trajetória de queda praticamente o dia todo, com movimentos mais intensos logo após o meio dia e do meio da tarde em diante.
Em comparação com a média da semana anterior, nesta 2ª feira, 12.12, o mais fraco giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,82 bilhões, sendo R$ 5,66 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, em 8 de dezembro, a bolsa brasileira apresentou saída líquida de capital externo de R$ 89,7 milhões, passando saldo negativo no mês para R$ 674,7 milhões no mês, mas, com ingresso de R$ 14,3 bilhões no ano.
A firme queda do índice hoje refletiu realizações no mercados acionários externos. Vale lembrar que os índices em Nova York, Dow Jones e S&P500 bateram sucessivos recordes de pontuações na semana passada.
Pec do Teto de Gastos Públicos
Ademais, questões domésticas envolvendo delações na operação lava a jato avivaram alguns temores, mas, nada ainda tão preocupante no curto prazo. A tramitação da PEC do teto de gastos será votada em segundo turno no Senado nesta 3ª feira, 13.12, e o governo já encaminhou para a Câmara um projeto de reforma da Previdência - mesmo que ainda esteja em estágio embrionário.
No exterior, ausente de notícias de grande relevância, os mercados operaram sem maiores vieses, no aguardo da definição de juros pelo Fed, que ocorrerá na tarde de quarta-feira.
Na contramão do mercado, as ações da Petrobras fecharam positivas (PETR4: R$15,60; +0,13%; PETR3: R$18,35; +0,88%), favorecidas pela disparada da cotação do petróleo no mercado internacional, oriunda de noticiário que a Rússia no sábado juntou-se ao acordo da Opep realizado em 30/nov, promovendo também cortes na produção da commodity, visando estabilização de preços.
Na agenda econômica (pg.3), embora com a semana reservando dados importantes tanto domesticamente, quanto no exterior – sendo o maior destaque a definição de política monetária pelo comitê do Banco Central norte-americano (FOMC) nesta quarta-feira (14) – o dia foi ausente de dados de peso.
O relatório semanal Focus do Bacen, que compila as projeções de mercado, tampouco trouxe em suas páginas alterações expressivas, repousando o destaque sobre novos declínios nas projeções de inflação ao consumidor (IPCA) tanto para 2016, quanto para 2017 em relação à semana anterior, a respectivamente +6,52% (de +6,69%) e +4,90% (de +4,93%).
Além disso, houve continuidade do deslizamento da projeção do PIB para 2017, que já perdura por oito semanas seguidas e agora paira em +0,70% (+0,80% antes), refletiu uma recuperação econômica menos vigorosa do que aquela preliminarmente esperada.
Juros
No mercado de juros, as taxas mis curtas baixaram, com as apostas dos agentes evoluindo para uma baixa mais significativa na próxima e primeira decisão do Copom em 2017, agendada para 11 de janeiro.
Assim, vai sendo precificada a percepção dos agentes que haverá um corte de maior magnitude da taxa Selic, de pelo menos 50 pts-base, que poderá avançar para uma queda de 75 pts-base. Já as altas das taxas mais longas foram motivadas pela visão dos agentes em relação ao comportamento das rentabilidades dos títulos do Tesouro norteamericano (“Treasuries”).
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,3470 (-0,71%), acumulando agora -1,21% no mês, -15,50% no ano e -13,60% em 12 meses.
A divisa abriu em alta e assim permaneceu até quase o final da manhã. Na parte da tarde, decaiu um pouco mais e se manteve em campo negativo definitivamente, basicamente, circundando o valor de encerramento. O dólar no mercado doméstico terminou acompanhando o seu comportamento baixista no mercado internacional, com questões políticas domésticas sendo deixadas em segundo plano na sessão de hoje.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 291 pts, recuando 5 pts diante dos 296 pts da sexta-feira passada (9/dez).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 12.12.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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